A Dimensão Moral da Ansiedade
Richard Foster nos adverte quanto à face sombria do dinheiro: Para Cristo, o dinheiro é uma idolatria à qual precisamos dar as costas para podermos converter-nos à Sua pessoa. A rejeição do deus Mamom é um pré-requisito essencial para tornar-nos discípulos de Jesus. E, sem dúvida alguma, o dinheiro tem muitas das características de divindade. Ele nos dá segurança, pode induzir à culpa, dá-nos liberdade, dá-nos poder, e parecer ser onipotente. Mais sinistra do que tudo, contudo, é a reivindicação que faz à onipotência. É o desejo de onipotência do dinheiro, de todo poder, que parece tão estranho, tão fora de lugar. Parece que o dinheiro não está disposto a repousar satisfeito em seu lugar apropriado junto com outras coisas que consideramos importantes. Não, ele precisa ter supremacia. Precisa empurrar tudo o mais para fora. É isso, repito, o aspecto mais estranho do dinheiro. Damos-lhe uma importância que muito excede o seu valor.
Por que toda essa dedicação ao dinheiro? Porque não conhecemos e confiamos em Deus nem o amamos. É essa verdade que Cristo ressalta nos versos anteriores à passagem que estamos examinando; fato, segundo seu ponto de vista, igualmente presente na mal da ansiedade. A gênese do apego à riqueza é a mesma da ansiedade. Estamos agora diante do lado moral da preocupação com o amanhã. Não cremos. Por isso damos ao dinheiro um culto que só é devido a Deus e, por isso, vivemos ansiosos.
Viver ansioso, tanto quanto amar o dinheiro, é duvidar do caráter de Deus. O que determinará a extensão da ansiedade no coração de um homem são será o tamanho da ameaça à sua vida, mas o seu nível de confiança no caráter de Deus. Se o ser humano crê, será levado a fazer eco às palavras do grande apóstolo Paulo: Se Deus é por nós, quem será contra nós?” A ansiedade, ao lado da ganância, são algumas das diretas e imediatas da falta de conhecimento de Deus. Cristo dizer “não andeis ansiosos” é o mesmo que dizer: “não duvidem do Pai”.
Antonio C. Costa